Stress e ansiedade em tertúlia com psiquiatra
No passado dia 22 do mês de novembro de 2017 o Dr. António Sampaio, médico psiquiatra, esteve nos Álamos para uma palestra intitulada “Stress e ansiedade”.
No ambiente da Sala Aqueduto das Águas Livres ou, como as residentes dos Álamos gostam de chamar, “a sala do elétrico”, o Dr. António Sampaio interagiu com as presentes (residentes e não-residentes) numa conversa informal e descontraída, procurando explicar tudo o que envolve o stress: desde a sua definição, ao modo como nos afeta e, principalmente, por que é que nos afeta – o contexto. Este é o fator catalisador do stress. Problemas que se manifestam na sociedade portuguesa não são encontrados noutro tipos de sociedade.
Estando sempre atento e disposto a responder às questões colocadas durante a conversa propriamente dita e, depois, acompanhado de chá e bolinhos, o psiquiatra (como pediu apenas para ser apresentado) procurou esclarecer toda as dúvidas, ajudando a desmistificar o stress que afeta tantos estudantes universitários e indivíduos em geral.
Destacamos as respostas a algumas das questões colocadas:
A Matilde, estudante de Direito, perguntou como conseguir lidar com as manifestações físicas do stress e ansiedade, como por exemplo, o suor nas mãos ou voz a tremer, durante as orais. O Dr. António Sampaio ajudou-nos a simplificar a questão. Há manifestações que não conseguimos controlar e que não são por si uma limitação ou sinal de fraqueza. Portanto, podemos simplesmente procurar aceitá-las e até dá-las a conhecer a quem nos avalia, ou então procurar ajuda com algum fármaco que acalme essas manifestações.
Outra das questões, colocada pela Filipa, foi como conseguir resistir à pressão que nos impõem quando continuamente esperam algo de nós e exigem respostas que não são nem as que temos que dar, nem as que queremos dar. Ajudou-nos a perceber que aqui o mais importante é garantirmos que conseguimos responder à pergunta “Soube amar durante a vida?” com um sim. Realçou que o importante é termos claro que as expectativas, o sucesso, as exigências sociais, se não são caminho para que a minha capacidade de amar e entrega aos outros se potenciem, eu não tenho que dar as respostas que me exigem! Reforçou que quando chegarmos ao último momento da nossa vida o que realmente nos ajudará a morrer em paz e felizes é o amor que soubemos dar, que semeámos e que recebemos.
Aconselhou a fomentar as amizades para fugir do estilo de vida individualista que se vai impondo na nossa sociedade, e sublinhou a importância de distinguir o que é essencial do que o não é dentro do projeto de vida que cada uma tenha forjado, para assim sermos capazes de dar a cada coisa a importância devida.
Esta conversa não pôde vir em melhor altura – mesmo a meio do semestre, quando as avaliações se juntam e vários são os desafios que temos de enfrentar para o terminar com sucesso.